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Modos Gregos

Postado por Anônimo on 22 de agosto de 2012 | 8/22/2012

Origem
Também conhecido como modos gregorianos ou modos eclesiásticos, eles não possuem muitas referências históricas. Platão propunha o uso de 6 modos e Aristoxenus utilizava 15 modos (5 principais e 10 colaterais). Acredita-se que o sistema modal tenha sido organizado pelo papa Gregório I, ele utilizava 8 modos: 4 autênticos (Lídio, Dório, Frígio e Mixolìdeo) e 4 Plagais (Hipodórico, Hipolídio, Hipofrígio e Hipomizolídeo).
No sistema contemporâneo são 7 modos: Jônio, Dório, Frígio, Lídio, Mixolìdeo, Eólio e Lócrio.
Aplicação
Os Modos gregos são utilizados na música popular contemporânea, na improvisação, na formação de acordes. Ao contrário do que se aprende inicialmente em teoria musical, com os modos gregos não mais fazemos uso de uma única escala/tonalidade para a música e sim um modo particular para cada acorde. Jazzistas costumam pensar na música por acordes (assim como na Bossa Nova), o que permite uma maior desenvoltura na improvisação, eles costumam empregar varias escalas e modos em apenas uma música.
Finalidade
A finalidade dos Modos Gregos é dar uma maior desenvoltura tanto na composição como na improvisação. Eles nos permitem explorar ao máximo as possibilidades de escalas de cada acorde dando assim uma ampla liberdade de criação.
Como Pensar em Acordes?
Em gêneros como Jazz e bossa Nova, a harmonia é sempre bastante complexa: cadências, acordes de função secundária e ternária, modulações, empréstimo modal, etc. A música dá voltas e mais voltas por tonalidades até que se retorne ao tom original finalizando a música. É fator primordial que o músico saiba os caminhos da música ou a escala/tonalidade equivalente a armadura de clave da música se tornará insuficiente e às vezes errada em determinados trechos da musica.
Para isso existe a analise harmônica e analise melódica (costumo generalizar tudo simplesmente como analise harmônica), esta analise trata-se de uma investigação apurada da origem de um acorde na partitura, nesta investigação deve-se considerar as notas do acorde, melodia do compasso pertencente ao acorde na partitura e armadura de clave. A somatória das notas encontradas deverá direcioná-lo a uma escala qualquer ( maior diatônica, menor harmônica, menor melódica, pentatônica, enfim) e está será a escala do acorde analisado.
É algo trabalhoso e que exige certo conhecimento em harmonia, porém todo este trabalho permite que você possa tocar sem medo de errar.


Nome dos Modos
Eles (nomes) dão a localização do acorde dentro de um campo harmônico. Os modos nada mais são que uma escala diatônica maior iniciada de uma nota que não seja a tônica e compreendendo uma oitava. A escala tradicional maior se chama Jônio, pois compreende a oitava de C (dó) à C. Se fizermos a mesma coisa na escala diatônia de C maior, porém a partir da nota D (ré) à D (D-E-F-G-A-B-C-D), este será o Modo Dório, de E (mi) à E é o Modo Frígio e daí por diante temos os sete modos:
Exemplo da Escala Diatônica de C maior
Jônio C-D-E-F-G-A-B-C
Dório D-E-F-G-A-B-C-D
Frígio E-F-G-A-B-C-D-E
Lídio F-G-A-B-C-D-E-F
Mixolídeo G-A-B-C-D-E-F-G
Eólio A-B-C-D-E-F-G-A
Lócrio B-C-D-E-F-G-A-B
Para que servem esses nomes?
Esta é uma maneira prática de se economizar tempo, ir direto ao ponto. Observe:
C - Am - D - G -C
No campo harmônico de C Maior, não existe o acorde de D Maior pelo fato de a nota F não ser # (sustenida). Há sim, o acorde de Dm (Ré menor). Então, de onde vem este D Maior?
Este D Maior vem dá escala do G, D maior é 5° grau de G (Sol). Pois bem, caso você queira improvisar, se utilizar a escala C maior irá ter problemas se coincidentemente você tocar uma nota F(fá) em cima do acorde maior de D. Uma alternativa seria esclarecer que o D Maior é da escala de G. Mas como?
( ) D dá escala de G
( ) Dominante de G
(x) Nenhuma das alternativas acima
Resposta: Simplesmente D Mixolídeo
Sabendo que é Mixolídeo logo se sabe que é 5° grau da escala a ser utilizada.
Parece bobeira, mas este D Maior do exemplo poderia ser Jônio (Primeiro grau da escala, isso depende da melodia empregada pelo compositor), se você encontrar uma nota C# no compasso equivalente a este acorde de D Maior, este será um indício do uso da escala de D Maior ( D-E-F#-G-A-B-C#), sempre faça a analise antes.
Nomenclaturas como 5° grau da escala de G, 3° grau da escala de A, podem tornar difícil o raciocínio em harmonias como esta:
C – Am – D – G – F#m – C#m – G – A – C – Dm – Em - Em
Analise:
C = Jônio
Am = Eólio
D = Mixolídeo
G = Mixolídeo
F#m = Frígio
C#m = Frígio
G = Mixolídeo
A = Mixolídeo
C = Jônio
Dm = Dório
Em = Frígio
Em = Frígio
Observe os modos utilizados em cada acorde, eles indicam a posição do acorde em determinada escala, (esta foi uma harmonia criada meio que aleatória, me desculpe caso a utilização dos modos na improvisação fique meio estranha), agora, imagine ter que memorizar da outra forma as escalas: C tônica de C maior, Am 6° de C maior, D 5° de G, F#m 3° grau D... eu sempre anoto na partitura em cima dos acordes pra facilitar. Escrevendo simplesmente o nome dos modos a partitura não fica aquela bagunça, além de ser uma linguagem utilizada por grande parte dos músicos.



Truques & Dicas
Uma das etapas mais importantes na composição e na improvisação é a seleção de notas, os modos gregos contribuem de maneira devastadora neste aspecto, mas um truque ou uma dica principalmente pra quem é autodidata é ficar atentos às notas que devem ser evitadas.
Aprendemos que num acorde temos notas de repouso, mas também é bom sabermos das notas que devemos usar com cautela ou até mesmo evitá-las às vezes. Acompanhe o raciocínio:
Num D dório a escala é a seguinte: D-E-F-G-A-B-C-D. Esta escala deve ser utilizada sobre um acorde que seja 2° grau da escala, no caso: Dm, mas além dos repousos devemos evitar certos intervalos. Cluster, são os intervalos de segunda menor, seria o mesmo que simultaneamente em duas guitarras fossem tocadas as notas E em uma guitarra e na outra guitarra F ( que fica depois do E), a sonoridade produzida não é nada agradável. Isso deve ser evitado em relação aos acordes, devemos tomar cuidado com 3ª maiores e 7ª menores. No exemplo que dei, o Dm dório, ele pode vir acompanhado de uma 7ª menosr Dm7, esta 7ª seria a nota C que pode produzir cluster quando tocada juntamente com a nota B. Portanto eu particularmente costumo tocar o modo dório sem o 6° grau dele que seria a nota B ficando então: D-F-E-A-C-D. No modo Jônio costumo evitar a 4ª (fá) pois a terça de C (mi) é maior: C-D-E-G-A-B-C. Não necessariamente se deve seguir esta regra, é uma opinião minha.
Um estudo interessante a se fazer é utilizar um playback onde os instrumentos tocam apenas um acorde por longo tempo e tentar desenvolver frases em cima disso. Cada acorde pode possuir até 3 modos: Dm pode ser Dório (escala de C), Frígio (escala de Bb) e Eólio (escala de F); neste playback você poderá analisar a sonoridade de cada um dos modos e quando a analise da música lhe permitir mais de uma escala, você poderá optar pela sonoridade que melhor lhe cativa ou tem melhor caimento na improvisação.
Conclusão
Espero ter auxiliado na compreensão dos modos gregos, tentei deixar a explicação a mais clara possível. Recomendo que busquem mais sobre modos gregos, aliás, os chamados modos gregos autênticos, que foram estes sobre os quais escrevi. Existem também os modos gregos sintéticos.
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